sábado, 20 de dezembro de 2014

Os retornados


Autor: Júlio Magalhães
Ano: 2008
Editora: Esfera dos livros
Número de páginas: 312

Lido entre 09/12/2014 e 20/12/2014 (12 dias)
Classificação: 3/5


Opinião:
Este livro foi-me emprestado pela minha irmã. Não tinha lido nada sobre o livro, nem sinopse, nem nada. Decidi ler este livro apenas por ser de Júlio Magalhães e eu ter interesse em conhecer um bocadinho sobre a sua escrita. Tenho a certeza que se tivesse lido alguma coisa antes, não me teria interessado pelo livro. Por isso, ainda bem que fui completamente às cegas.
Achei o livro super simples, com montes de coincidências e reencontros entre as personagens, para que a história terminasse bem. Nesse ponto, talvez tenha sido exagerado. Mas, por outro lado, se as personagens não se tivessem sempre encontrado, ficaríamos sem saber o que lhes teria acontecido.
Gostei especialmente da parte histórica, das descrições sobre as pessoas que vinham de Angola, as condições que tinham de enfrentar e o estado em que ficou aquele país de onde as pessoas saíam. Confesso que não fazia a mínima ideia de como estas coisas se tinham passado.



Sinopse:
"Outubro, 1975. Quando o avião levantou voo deixando para trás a baía de Luanda, Carlos Jorge tentou a todo o custo controlar a emoção. Em Angola deixava um pedaço de terra e de vida. Acompanhado pela mulher e filhos, partia rumo ao desconhecido. A uma pátria que não era a sua. Joana não ficou indiferente ao drama dos passageiros que sobrelotavam o voo 233. O mais difícil da sua carreira como hospedeira. No meio de tanta tristeza, Joana não conseguia esquecer o olhar firme e decidido de Carlos Jorge. Não percebia porquê, mas aquele homem perturbava-a profundamente. Despertava-a para a dura realidade da descolonização portuguesa e para um novo sentimento que só viria a ser desvendado vinte anos mais tarde. Foram milhares os portugueses que entre 1974 e 1975 fizeram a maior ponte área de que há memória em Portugal. Em Angola, a luta pelo poder dos movimentos independentistas espalhou o terror e a morte por um país outrora considerado a jóia do império português. Naquela espiral de violência, não havia outra solução senão abandonar tudo: emprego, casa, terras, fábricas e amigos de uma vida."

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Os gatos não têm vertigens



Ano: 2014
Género: Comédia, Drama
Argumento: 
Elenco:  (como Rosa) (como Jó) (como Luísa)


Opinião:
Minha classificação: 9/10. Filme visto a 25.10.2014.
Quando a minha mãe fez anos, eu e as minhas irmãs resolvemos oferecer-lhe uma ida ao cinema connosco. A última vez que a minha mãe tinha ido ao cinema tinha sido há tanto tempo, que apenas a minha irmã mais velha era nascida! O filme foi escolhido pela minha mãe, e eu juro que não influenciei nada, embora eu quisesse mesmo muito vê-lo.
É um filme em que se consegue chorar e rir ao mesmo tempo. Um filme que me fez pensar em muitos miúdos que tenho na escola, com vidas super problemáticas, e que, afinal, esses miúdos não têm assim tanta "culpa" de terem o comportamento que têm, porque as vivências em casa não ajudam.
O único ponto negativo do filme é o excesso de asneiras (palavrões). Eu sei que é importante para melhor retratar as situações, mas acho que ouvi mais palavrões durante esse filme do que durante a minha vida toda. :p


Sinopse:
"Apesar dos seus 18 anos, Jó (João Jesus) é já um rapaz desencantado com a vida. Proveniente de uma família disfuncional, criado com pouco afecto e compreensão, acabou por se deixar influenciar pelas piores companhias do bairro. Rosa (Maria do Céu Guerra), com 73 anos, é uma mulher frágil e bondosa que se debate com a incapacidade de lidar com o recente falecimento de Joaquim (Nicolau Breyner), com quem partilhou quase toda a existência. Quando, depois de uma discussão particularmente violenta, Jó é expulso de casa pelo pai, refugia-se no terraço de Rosa, onde decide passar a noite. Na manhã seguinte, a velha senhora descobre o rapaz e decide acolhê-lo em sua casa. Entre os dois nasce uma enorme cumplicidade que, apesar de incompreendida por todos, se torna a cada dia mais forte e verdadeira…
Com realização de António-Pedro Vasconcelos ("Jaime"), uma história incomum sobre o amor e a amizade entre dois seres que, contra todas as probabilidades, se completam nas suas diferenças. "


Trailer:


domingo, 14 de dezembro de 2014

A casa quieta


Autor: Rodrigo Guedes de Carvalho
Ano: 2005
Editora: D. Quixote
Número de páginas. 263

Lido entre 11/11/2014 e 08/12/2014 (28 dias)
Classificação: 2/5


Opinião:
Quando a minha irmã me emprestou o livro, avisou-me logo que era um bocado seca. Mas sinceramente pensava que ia ser pior. :p
Ao ler este livro, senti-me a ler "A aparição" de Vergílio Ferreira, quando eu andava no 12.º ano. Não sei muito bem o motivo de ter-me parecido esse livro, mas penso que deve ter sido no sentido em que a história é um bocado confusa.
Não é fácil escrever um livro como "A casa quieta". O tipo de escrita não é sempre igual. Nuns capítulos usa uma escrita normal, com a pontuação correta. Noutros capítulos a escrita é quase toda seguida e não há parágrafos. Aliás, nesses capítulos quase nem há pontos finais. Por fim, noutros capítulos, há uma confusão de ideias que se vão intercalando, e as frases vão ficando a meio. Será que os outros livros de Rodrigo Guedes de Carvalho são assim também?
O desenrolar da história não segue a sequência normal. Inicialmente, achei piada ao facto que andar para trás. Pensei que fosse o livro todo assim. Mas, afinal, tanto se conhecem acontecimentos recentes como mais atrasados.
Quanto às personagens, fiquei com pena de não ter feito um esquema entre elas, registando alguns graus de parentesco e referências, porque, a certa altura, já não me lembrava bem de quem era casado com quem, quais eram os nomes dos irmãos, e a quem tinha acontecido tal situação. A minha dificuldade na questão das personagens deveu-se ao facto de ter demorado quase um mês a ler o livro, mas também porque a história não seguiu a sua sequência normal.
Não achei que a história fosse nada de especial e chega a ser bastante deprimente.


Registei estas frases:
"Apesar desta consciência de lâmina que a idade nos trouxe, a que chamam maturidade, que nos permite às vezes ver como éramos, em vez de simplesmente sermos, sem saber se nos importamos com o que somos."
"O problema das montanhas é que só conseguimos ver o que está do outro lado quando lá chegamos. É fácil dizer hoje que não mudaríamos nada ou que faríamos tudo diferente. É fácil porque não adianta."


Sinopse:
"A Casa Quieta é uma história de despedida e mágoa, onde uma vida fica a parecer pouco para o tanto que se tinha ainda para dizer e fazer. Salvador e Mariana perceberam a dada altura que, o amor não é de todo suficiente mas é a melhor razão para que a vida possa existir."

Não gostei da sinopse que encontrei, por isso acrescento esta opinião retirada daqui:
"O livro apresenta uma história de silêncio e de solidão. Do modo como a solidão pode ser vivida no vazio de uma casa, num relacionamento ou na morte de alguém.
A Casa Quieta não é um romance de fácil leitura, faltam por vezes encadeamentos lógicos na maneira de expor aquilo que pensa, somos forçado a entrar na mente do escritor, pensar como ele pensa, ver como ele vê. Acima de tudo, Rodrigo Guedes de Carvalho, tem neste livro, uma escrita cerebral. O livro toca a temática da inevitabilidade da morte, assunto tantas vezes focado na literatura, de uma forma agonizante e por vezes cruel. Estando a casa quieta durante toda a história, as personagens num processo contínuo de analepses e prolepses entram em dor, com recurso aos temas do cancro, morte, adultério.
A Casa Quieta é um livro desassossegado, que nos recorda que as memórias não trazem consolo, nem sempre a recordação significa quietude e calma. É uma escrita que consome a mente e dificulta o pensamento, como que sendo inebriante pela (pouca) fluidez das palavras.
Não sendo um mau livro, depende do estado de espírito."

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Os Maias - cenas de uma vida romântica



Ano: 2014
Género: Drama, História, Romance
Realização: 
Argumento:  (novel)
Elenco:  (como Carlos da Maia) (como Maria Eduarda) (como Afonso da Maia)


Opinião:
Minha classificação: 5/10. Filme visto no cinema em 17.09.2014.
Eu adoro Eça de Queirós! Gostei imenso do livro "Os Maias". E quando vi que ia sair um filme sobre esse livro, decidi logo que o queria ver. 
Fiquei um bocado desiludida. O filme era muito parado. Mesmo! Acho que poderia ter mais ação, mais movimento, mais música. Havia muitos tempos mortos.
Também não gostei muito do cenário. Sei que foi de propósito, o facto do cenário ser assim, mas eu não gostei.
O que eu gostei mais foi do ator que fez a personagem do "João da Ega"! Que papelão! Muito bom mesmo!!


Sinopse:
Portugal, séc. XIX. Afonso da Maia casa com Maria Eduarda Runa e deste casamento resulta Pedro, um rapaz nervoso e instável, superprotegido pela mãe. Ainda jovem, Pedro conhece Maria Monforte, por quem se apaixona e com quem casa, mesmo a contragosto da família. Da relação entre os dois nascem Carlos Eduardo e Maria Eduarda. Alguns anos depois, Maria Monforte apaixona-se por um italiano e foge com ele para Itália, levando a filha consigo. Incapaz de lidar com a traição, Pedro, destroçado, comete suicídio. Carlos, ainda pequeno, cresce e é entregue aos cuidados do avô, com quem cria laços profundos. Passam-se vários anos. Carlos forma-se em Medicina pela Universidade de Coimbra e vai viver com o avô para Lisboa, na velha mansão dos Maia. Até que conhece Maria Eduarda, uma mulher bela e cheia de mistérios que acabou de chegar à capital. A paixão é recíproca e eles vivem, durante meses, um amor cego.



Trailer:



quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A rainha



Autor: Meg Clothier
Ano: 2011
Editora: Planeta
Número de páginas: 292

Lido entre 26/10/2014 e 06/11/2014 (12 dias)
Classificação: 3/5 


Opinião:
Este livro foi ganho num passatempo pelo Kiko.
Sinceramente, o Romance Histórico não é um dos estilos que eu mais aprecio. 
Apesar de ter achado o enredo pouco interessante (época medieval, guerras, torturas, conquista de territórios, ...) a leitura até foi fluída, pois li o livro em apenas 12 dias (para mim é bastante bom).
Tenho pena de só ter sabido no final que muitas das cenas do livro foram mesmo reais. Se tivesse sabido logo, acho que eu teria gostado mais.


Sinopse:
"Durante vinte anos o rei Giorgi defendeu o trono do seu frágil reino contra todos os invasores. Agora, às portas da morte, o soberano enfrenta uma nova ameaça: não tem um filho que lhe suceda, apenas uma filha, Tamara, uma rapariga esperta, indómita e corajosa.
Quando uma revolta ameaça a vida de Tamara, é enviada para as montanhas disfarçada de rapaz, até que uma traição devastadora a coloca nas mãos dos inimigos. A sua fuga corajosa convence Giorgi de que deve ser a sucessora, mas os nobres sentem-se ultrajados, pois nunca foram governados por uma mulher.
Enquanto o pai vive, Tamara está protegida das forças hostis que a rodeiam, mas quando morre fica sozinha e tem de arranjar forças para controlar as facções que se defrontam na corte e atingir não só o respeito dos amigos como o medo dos inimigos. Para conquistar os objectivos tem de casar com um homem que os mais velhos aprovem.
Porém, o seu coração pertence a um temerário rapaz das montanhas, um pobre partido para uma rainha.
Com a rebelião a fermentar nas suas terras e os inimigos a assolarem-lhe as fronteiras, Tamara tem de escolher entre o homem que ama e o país que adora..."

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Paixões à solta


Autor: Jill Mansell
Ano: 2012
Editora: Chá das cinco
Número de páginas: 393

Lido entre 18/09/2014 e 25/10/2014 (38 dias)
Classificação: 4/5


Opinião:
Não tenho ideia de ter demorado tanto tempo a ler este livro, mas se é o que tenho anotado, é porque é verdade...
Depois de ter lido "A praia do destino" de Anita Shreve, resolvi pegar num livro com uma escrita mais leve, para que o marido não mande boquinhas que eu só leio livros com dramas. :p
Jill Mansell tem uma escrita que eu adoro! Adoro especialmente o sentido de humor. Tentei contar o número de "piadas" que havia por página, mas depois de contar 3 "piadas" num só parágrafo, desisti da contagem. :p É que há cada situação tão caricata e hilariante, que só mesmo lendo.


Sinopse:
"Daisy MacLean é a diretora de um delicioso hotel rural. 
Desde que o seu marido infiel morreu num acidente de carro, tem-se mantido solteira e boa rapariga. Mas agora não confia em homens bonitos e charmosos, e é por isso que a antiga estrela de rugby, Dev Tyzack, não tem nenhuma hipótese em a conquistar. Pensa ela… 
Infelizmente o passado de Daisy está a intrometer-se no seu futuro. Quando menos espera, aparece Barney, o porteiro, com algo que pertencera ao marido que Daisy pensava ter conseguido esquecer. 
E para aumentar a confusão, não faltam outras personagens excêntricas como Tara, a criada sempre infeliz no amor; Dominic, cujo casamento se vai realizar no hotel mas que já não quer aquela noiva; ou o próprio pai de Daisy que mantém uma relação secreta. 
Desta caótica torrente de paixões à solta só poderá resultar um grande desastre. Ou talvez não!"

sábado, 6 de dezembro de 2014

A praia do destino


Autor: Anita Shreve
Ano: 2004
Editora: ASA
Número de páginas: 414

Lido entre 22/08/2014 e 17/09/2014 (27 dias)
Classificação: 4/5


Opinião:
Escrever em dezembro a opinião de um livro que li em agosto, não é nada fácil...
Foi um livro conseguido através do Winkingbooks.
Nunca tinha lido nada desta autora. Não posso dizer que tenha ficado completamente fã dela, mas não desgostei, de maneira nenhuma. 
Escolhi o livro sem ter lido nada da sinopse; apenas por ter sido escrito por Anita Shreve.
As primeiras páginas (se calhar, 100 páginas) foram uma valente seca. A história não desenvolvia e ponderei seriamente deixar o livro por ali. No entanto, uma das minhas regras é: não desistir de um livro. Por isso, tive de continuar a lê-lo. E não me arrependi! A classificação de 4 estrelas demonstra isso mesmo! O livro chegou a ser tão interessante que "tinha" que partilhar o desenrolar da história com o meu marido... que não está minimamente interessado nas minhas leituras. :p
Gostei bastante e recomendo!


Sinopse:
"A arrebatadora história de um amor impossível. Uma meditação sobre o erotismo feminino e os preconceitos sociais.
Olympia Biddeford é a filha única de um proeminente casal de óston – uma jovem precoce a quem o pai afastou das instituições académicas com o objectivo de lhe garantir uma educação refinada e pouco convencional. No Verão de 1899, Olympia tem quinze anos e a sua vida está prestes a mudar para sempre. Cheia de ideias e entusiasmada com os primeiros arrebatamentos da maturidade, é admitida no círculo social do pai, que contempla artistas, escritores, advogados e, entre eles, John Haskell, um médico carismático. Entre ambos nasce uma impensável e arrebatadora paixão. Sem ter em conta o sentido das conveniências ou da auto-preservação, Olympia mergulha de cabeça numa relação cujos resultados serão catastróficos - John tem quarenta anos, é casado e pai de quatro filhos…"