sexta-feira, 14 de abril de 2017

O sol bailou ao meio-dia - A criação de Fátima


Autor: Luís Filipe Torgal
Ano: 2011
Editora: Tinta-da-china
Número de páginas: 311

Lido entre 20/03/2017 e 03/04/2017 (15 dias)
Classificação: 2/5


Opinião:
Este foi um livro que alguém deu/emprestou à minha irmã mais nova, e que ela (sem ler) emprestou à minha mãe e que ela (sem ler também) me emprestou a mim.
Confesso que não achei grande piada e por isso demorei muito tempo a ler, pois não me sentia muito motivada a lê-lo.
Trata-se de uma tese de mestrado (se não estou em erro), provavelmente um pouco adaptada para ser um livro. Aborda e contextualiza a sociedade no momento das aparições de Fátima, e nos anos seguintes, por exemplo nos anos 30 que foram tão importantes para o crescimento da crença em Fátima. A contextualização é efetuada tendo em conta os planos político, económico e social. 
Um grande ponto a favor é que senti imparcialidade do autor. Senti que fez uma grande pesquisa bibliográfica (uma lista extensa de livros, quer em português, francês e inglês), para além de diversos jornais e revistas, fazendo uma comparação com as aparições de Lourdes. O autor apresentava, por exemplo, uma lista enorme de pessoas que estiveram presentes em determinada ocasião (já não me recordo do que era). Numa parte final, são apresentados diversos anexos de textos e recortes de jornais da altura. E aqui, mais uma vez, há textos contra e textos a favor. O autor não quis dar a sua opinião mas apenas mostrar, apresentar, informar.
Aqui há uns tempos ouvi um programa sobre um livro relativo às Aparições de Fátima e fiquei um bocado desiludida com o programa e o livro porque era tudo a dizer mal, a criticar. Estava à espera de algo mais imparcial, de mostrar os dois lados, coisa que senti com este livro!


Sinopse:
"A separação da Igreja e do Estado, as aparições de Fátima e a sua instrumentalização pela Igreja Católica, As aparições de Fátima (1917) ocorreram num dos momentos económicos, sociais e políticos mais difíceis e mais dramáticos da História de Portugal, que bem podia sistematizar-se na trilogia do caos: «fome, peste e guerra». Nesse período, mas, sobretudo, anos antes, havia-se registado uma grande ofensiva dos governos republicanos em defesa da laicização do Estado e da secularização da sociedade, que acabou por restringir como nunca os privilégios e as liberdades da Igreja Católica. Rebentou a Primeira Guerra Mundial, onde Portugal teve uma participação controversa e trágica. Estoiraram motins e rebeliões. Proliferaram epidemias agudas de tifo e varíola e eclodiu depois a pandemia da «gripe pneumónica». Acentuou-se a crise económica e financeira, que gerou inflação galopante, falta de víveres essenciais, racionamento, pobreza, miséria e fome. Nesta conjuntura de extrema adversidade, surgiu, na Cova da Iria, um culto popular espontâneo que logo se propagou num país católico, rural, analfabeto e dado a superstições e a devoções messiânicas. Um culto popular que — como este livro pretende demonstrar — a Igreja Católica desde muito cedo estimulou, disciplinou, enquadrou ideologicamente e apresentou, com grande sucesso, a Portugal e ao Mundo."

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