Autor: Rodrigo Guedes de Carvalho
Ano: 2005
Editora: D. Quixote
Número de páginas. 263
Lido entre 11/11/2014 e 08/12/2014 (28 dias)
Classificação: 2/5
Opinião:
Quando a minha irmã me emprestou o livro, avisou-me logo que era um bocado seca. Mas sinceramente pensava que ia ser pior. :p
Ao ler este livro, senti-me a ler "A aparição" de Vergílio Ferreira, quando eu andava no 12.º ano. Não sei muito bem o motivo de ter-me parecido esse livro, mas penso que deve ter sido no sentido em que a história é um bocado confusa.
Não é fácil escrever um livro como "A casa quieta". O tipo de escrita não é sempre igual. Nuns capítulos usa uma escrita normal, com a pontuação correta. Noutros capítulos a escrita é quase toda seguida e não há parágrafos. Aliás, nesses capítulos quase nem há pontos finais. Por fim, noutros capítulos, há uma confusão de ideias que se vão intercalando, e as frases vão ficando a meio. Será que os outros livros de Rodrigo Guedes de Carvalho são assim também?
O desenrolar da história não segue a sequência normal. Inicialmente, achei piada ao facto que andar para trás. Pensei que fosse o livro todo assim. Mas, afinal, tanto se conhecem acontecimentos recentes como mais atrasados.
Quanto às personagens, fiquei com pena de não ter feito um esquema entre elas, registando alguns graus de parentesco e referências, porque, a certa altura, já não me lembrava bem de quem era casado com quem, quais eram os nomes dos irmãos, e a quem tinha acontecido tal situação. A minha dificuldade na questão das personagens deveu-se ao facto de ter demorado quase um mês a ler o livro, mas também porque a história não seguiu a sua sequência normal.
Não achei que a história fosse nada de especial e chega a ser bastante deprimente.
Registei estas frases:
"Apesar desta consciência de lâmina que a idade nos trouxe, a que chamam maturidade, que nos permite às vezes ver como éramos, em vez de simplesmente sermos, sem saber se nos importamos com o que somos."
"O problema das montanhas é que só conseguimos ver o que está do outro lado quando lá chegamos. É fácil dizer hoje que não mudaríamos nada ou que faríamos tudo diferente. É fácil porque não adianta."
Sinopse:
"A Casa Quieta é uma história de despedida e mágoa, onde uma vida fica a parecer pouco para o tanto que se tinha ainda para dizer e fazer. Salvador e Mariana perceberam a dada altura que, o amor não é de todo suficiente mas é a melhor razão para que a vida possa existir."
Não gostei da sinopse que encontrei, por isso acrescento esta opinião retirada daqui:
"O livro apresenta uma história de silêncio e de solidão. Do modo como a solidão pode ser vivida no vazio de uma casa, num relacionamento ou na morte de alguém.
A Casa Quieta não é um romance de fácil leitura, faltam por vezes encadeamentos lógicos na maneira de expor aquilo que pensa, somos forçado a entrar na mente do escritor, pensar como ele pensa, ver como ele vê. Acima de tudo, Rodrigo Guedes de Carvalho, tem neste livro, uma escrita cerebral. O livro toca a temática da inevitabilidade da morte, assunto tantas vezes focado na literatura, de uma forma agonizante e por vezes cruel. Estando a casa quieta durante toda a história, as personagens num processo contínuo de analepses e prolepses entram em dor, com recurso aos temas do cancro, morte, adultério.
A Casa Quieta é um livro desassossegado, que nos recorda que as memórias não trazem consolo, nem sempre a recordação significa quietude e calma. É uma escrita que consome a mente e dificulta o pensamento, como que sendo inebriante pela (pouca) fluidez das palavras.
Não sendo um mau livro, depende do estado de espírito."
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